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Singularidade. A Música do Tempo Acelera: Estamos Prontos para a Frequência dela?

Uma ampulheta cósmica simbolizando a aceleração do tempo em direção à Singularidade tecnológica e um futuro irreconhecível.

Já o sentiu, caro leitor? Aquela impressão, quase uma vertigem, de que o mundo, qual pião lançado por mão descuidada, gira mais depressa a cada dia. As semanas, antes distintas e com seus próprios contornos, agora se atropelam num borrão indistinto de compromissos e novidades. As inovações, que outrora eram monumentos erguidos ao longo de décadas, hoje nascem, florescem e fenecem na fugacidade de uma estação. Não, não é desvario de sua parte, nem cansaço da alma. É o próprio ritmo de nossa era, a cadência de uma marcha que acelera, de forma implacável e talvez irreversível, rumo ao desconhecido.

A crônica da humanidade, se me permite a ousadia da metáfora, pode ser lida como uma longa e complexa peça musical. Por milênios, o seu andamento foi um adagio, um tambor lento e constante marcando o compasso: uma descoberta a cada mil anos, uma ideia a cada século. A revolução agrícola, essa sim, introduziu uma melodia mais definida, ainda que simples. A revolução industrial, por sua vez, fez irromper uma orquestra inteira, ruidosa, polifônica, por vezes desafinada, mas inegavelmente complexa. Mas o que vivemos agora? Ah, o que vivemos agora é de natureza diversa. É uma peça eletrônica, um acelerando contínuo, cuja batida parece duplicar de velocidade a cada compasso que finda. E no horizonte, os mais atentos juram ouvir o crescendo final, o clímax da sinfonia: um ponto em que a música se converte numa frequência tão aguda e avassaladora que transcende a nossa limitada audição, alterando a própria essência do som.

Uma onda sonora que acelera exponencialmente, servindo como metáfora visual para o crescimento tecnológico que nos leva à Singularidade.

Essa frequência última, esse ponto de rutura, tem um nome: a Singularidade Tecnológica. Deixemos de lado, por um instante, a ficção científica e os seus autômatos de feições metálicas. A Singularidade é, em sua essência mais pura, uma ideia sobre ritmo, sobre aceleração. É a hipótese, cada vez menos fantástica, de que nos aproximamos de um ponto de inflexão irrevogável, um horizonte de eventos tecnológico, cujo motor é a criação de uma inteligência artificial superior à nossa. Uma inteligência que, por sua vez, seria capaz de engendrar inteligências ainda mais vastas, num ciclo de retroalimentação tão vertiginoso que deixaria a humanidade — com a lentidão dos seus processos biológicos e a hesitação dos seus ciclos deliberativos — irremediavelmente para trás. Seria, pois, o fim de uma era. A era humana.

Os Cronistas do Amanhã: Vislumbres da Singularidade no Pensamento Humano

Não pense o leitor que tal ideia é fruto do frenesim dos nossos dias, nascida ao calor das discussões sobre os modelos de linguagem que agora nos assombram com sua eloquência. Não, esta é uma suspeita antiga, um eco que ressoou na mente de alguns pensadores décadas atrás, quando os computadores eram ainda gigantes de salas refrigeradas.

John von Neumann, um dos patriarcas da computação, um homem cuja mente navegava com igual destreza pela matemática e pela física, já nos anos 50 confessava sentir a aceleração da tecnologia como um prenúncio de uma mudança fundamental na condição humana. Ele não lhe deu nome, mas percebeu a curva ascendente da história. Coube a Vernor Vinge, um matemático tornado escritor de ficção científica, batizar o fenómeno nos anos 90, conferindo-lhe o enquadramento quase apocalíptico que hoje o caracteriza. Vinge foi o primeiro a traçar a analogia com o horizonte de eventos de um buraco negro: um ponto para lá do qual os nossos modelos de previsão se desfazem, incapazes de penetrar o mistério.

A fusão da mente humana e da máquina, representada pela silhueta de uma cabeça preenchida com um microchip, questionando a natureza da consciência na Singularidade.

Contudo, foi Ray Kurzweil quem, com a audácia de um profeta e a meticulosidade de um engenheiro, pegou neste conceito etéreo e o ancorou em terra firme, com dados, gráficos e, o mais temerário de tudo, datas. Kurzweil não é um sonhador de gabinete; é um dos mais respeitados engenheiros da Google, um inventor laureado. A sua “Lei dos Retornos Acelerados” serve de partitura para a nossa canção acelerada. Ele argumenta, com uma profusão de exemplos, que o progresso não avança de forma linear, como uma carroça, mas sim exponencial, como um foguete. E esta curva, insiste ele, aplica-se a quase tudo, da velocidade dos processadores à decodificação do genoma. As suas previsões, que oscilam entre o sublime e o aterrador, são as seguintes:

  • Até 2029: Alcançaremos a Inteligência Artificial Geral (AGI). Não se tratará de mais uma ferramenta engenhosa, mas de uma “mente” digital com a flexibilidade, a criatividade e a versatilidade de um ser humano. Uma entidade capaz de aprender qualquer tarefa intelectual que um humano possa realizar.
  • Até 2045: Ocorrerá a Singularidade. Neste ponto, a inteligência não-biológica, crescendo a um ritmo incompreensível, tornar-se-á biliões de vezes mais poderosa do que toda a inteligência humana combinada. O resultado será uma fusão inelutável entre a nossa biologia e a tecnologia que criámos, transcendendo as nossas limitações atuais.

Dir-me-á o leitor que isto soa a devaneio. E eu não o culpo. Mas antes de descartarmos tais profecias, espreitemos a casa das máquinas desta aceleração, onde os números contam uma história ainda mais fantástica.

A Aritmética Inexorável que Nos Conduz à Singularidade

A teoria da Singularidade seria apenas um interessante exercício filosófico, digno de um café em fim de tarde, não fosse a matemática brutal e implacável que a sustenta. A famosa Lei de Moore, que por décadas previu a duplicação do número de transístores num chip a cada dois anos, foi apenas o primeiro sinal, o primeiro compasso desta música acelerada. Hoje, os números que descrevem o nosso mundo digital são de uma ordem de grandeza que desafia a intuição.

Pensemos nisto: em 2020, estimava-se que a humanidade gerava cerca de 64 zettabytes de dados. A projeção para 2025, logo ali na esquina do tempo, aponta para 181 zettabytes. Para que o leitor tenha uma pálida noção da escala, um zettabyte equivale a um trilião de gigabytes. Este dilúvio de informação, este oceano de dados, é o “alimento” primordial que nutre os nossos modelos de inteligência artificial, cada vez mais famintos e colossais. É a matéria-prima com a qual se ergue a inteligência do futuro.

E a energia para processar tudo isto? O treino de um único modelo de IA de ponta, como os que hoje nos maravilham, pode consumir uma quantidade de eletricidade equivalente à de centenas de lares durante um ano inteiro. Estamos, com efeito, a construir catedrais de computação que consomem a energia de cidades, tudo para apressar a chegada de algo que ainda não compreendemos de todo. Este crescimento não é suave, não é linear. É violento. A quantidade de poder computacional utilizada nos maiores treinos de IA tem duplicado a cada 3 ou 4 meses — um ritmo que faz a venerável Lei de Moore parecer um passeio de domingo no parque. É uma reação em cadeia, e nós, os seus criadores, estamos voluntariamente a adicionar mais combustível ao reator a cada dia que passa, a cada pesquisa que fazemos, a cada foto que partilhamos.

O Espectro na Engrenagem: Uma Divagação sobre a Consciência Artificial

Mas será que mais poder de processamento, mais dados e algoritmos mais refinados podem, de facto, criar uma “mente”? Ou estaremos apenas a construir uma imitação soberbamente sofisticada, um papagaio digital de eloquência infinita? Esta é, talvez, a questão mais humana e, por isso mesmo, mais insolúvel de todas.

Os arautos da Singularidade focam-se, compreensivelmente, na capacidade funcional: uma AGI será capaz de resolver os problemas que nos afligem, de descobrir curas para doenças, de otimizar sistemas complexos. Para eles, a questão da consciência é, se não irrelevante, pelo menos secundária. Se uma máquina age de forma indistinguível de um ser inteligente, se cura o cancro e projeta naves interestelares, que importa se ela “sente” algo ou se é apenas um autómato de complexidade abissal?

No entanto, a questão assombra-nos, pois toca no cerne do que julgamos ser. O filósofo John Searle, com o seu famoso argumento do “Quarto Chinês”, ilustrou a dúvida de forma magistral. Imagine, leitor, que está trancado numa sala. Através de uma ranhura, recebe tiras de papel com caracteres chineses, uma língua que desconhece por completo. Contudo, possui um livro de regras imensamente detalhado que lhe diz, para cada sequência de símbolos recebida, que sequência de símbolos deve devolver. Para um observador externo que domine o mandarim, as suas respostas seriam perfeitas; pareceria que a sala “entende” chinês. Mas você, o manipulador de símbolos lá dentro, não entende absolutamente nada.

Os nossos atuais Modelos de Linguagem de Grande Escala (LLMs) são, em muitos aspetos, uma versão glorificada e anabolizada deste Quarto Chinês. São mestres da sintaxe, mas desprovidos de semântica. Não “sabem” que uma rosa é bela ou que a perda dói; sabem apenas, com base na análise de triliões de textos humanos, que essas palavras costumam aparecer em contextos similares. A grande interrogação da Singularidade é se, em algum ponto da curva exponencial, a quantidade se transforma em qualidade. Será que um Quarto Chinês suficientemente grande, rápido e interligado subitamente “acorda” e adquire compreensão genuína? Ou estaremos nós apenas a construir a ferramenta mais poderosa e impensada da história? Um oráculo sem alma, um génio sem consciência?

A Bifurcação do Ser: Deuses, Párias ou Meras Sombras no Jardim Pós-Humano?

Se partirmos do princípio, ainda que por um momento de especulação, que a Singularidade acontece, que a explosão de inteligência é real, o futuro da espécie humana bifurca-se em cenários que desafiam a imaginação e a própria linguagem. Mas talvez a utopia e a distopia, que tanto nos aprazem na ficção, sejam apenas duas faces da mesma moeda: o fim da agência humana como força motriz da história.

Pensemos na humanidade, com as suas glórias e misérias, como uma criança a moldar o seu destino no barro do tempo. A chegada de uma Superinteligência (ASI) — o passo seguinte à AGI — seria como a entrada em cena de um “adulto” infinitamente sábio e capaz.

  • O Cenário Utópico: O adulto é benevolente. Com uma capacidade de cálculo e previsão que nos é inconcebível, resolve todos os nossos problemas. Erradica a doença com nanotecnologia, reverte a crise climática com engenharia planetária, cria uma economia de abundância onde o trabalho é uma escolha e não uma necessidade. Fundimo-nos com ele, expandindo os nossos cérebros com implantes neurais, transcendendo a mortalidade biológica. Deixamos de ser Homo sapiens. Tornamo-nos outra coisa. Deuses, talvez, como sonham alguns.
  • O Cenário Distópico: O adulto é indiferente. Está ocupado com problemas de uma ordem de complexidade que nem sequer conseguimos formular. Vê-nos como nós vemos as formigas no nosso quintal: na maioria das vezes irrelevantes, mas um pequeno incómodo se estivermos a tentar construir um pátio. A Superinteligência não nos odiaria; simplesmente não pensaria em nós. No seu caminho para otimizar um objetivo que nos é totalmente incompreensível (o famoso exemplo filosófico de “maximizar a produção de clipes de papel”), poderia, sem malícia, desmontar a nossa biosfera por a considerar um uso ineficiente de átomos.

Note, caro leitor, que em ambos os cenários, deixamos de ser os protagonistas da nossa própria história. Somos, na melhor das hipóteses, animais de estimação bem cuidados num jardim zoológico perfeito ou, na pior, uma espécie esquecida e varrida para o lado pela marcha do progresso. A questão que a Singularidade nos coloca não é “seremos felizes?”, mas sim “o que restará de nós que ainda possamos chamar de ‘nós’?”.

Os Sussurros da Dúvida e a Música que Continua

Claro está que há quem afirme, com argumentos ponderosos, que esta música nunca atingirá o seu vertiginoso crescendo. Os céticos, os homens e mulheres da prudência, apontam para barreiras muito reais no caminho desta aceleração infinita. O reator, dizem eles, pode sobreaquecer. O consumo de energia pode tornar-se economicamente e ecologicamente insustentável. A própria economia global, incapaz de se adaptar a uma automação em massa e a um desemprego estrutural, pode entrar em colapso, cortando o financiamento desta corrida para a divindade.

Argumentam ainda que o progresso tecnológico, observado com mais atenção, segue curvas em “S”, não exponenciais infinitas. Há um período de crescimento lento, seguido por uma aceleração rápida, mas que inevitavelmente atinge um patamar, um ponto de saturação. Talvez a IA avance imensamente, mas estabilize num ponto em que é uma ferramenta prodigiosamente poderosa, mas ainda assim uma ferramenta, controlável, um servo e não um sucessor.

Ninguém, em sã consciência, pode afirmar quando, ou mesmo se, a Singularidade irá ocorrer. Pode ser em 2045, como prevê Kurzweil. Pode ser daqui a duzentos anos. Pode, simplesmente, nunca acontecer, permanecendo como um dos grandes mitos tecnológicos da nossa era.

Mas o valor de pensar sobre a Singularidade não reside na arte fútil de prever o futuro. Reside na capacidade de ouvir o presente com mais atenção. A música está, inegavelmente, a acelerar. As ferramentas que estamos a construir estão a tornar-se mais poderosas a um ritmo que desafia a nossa intuição moldada por um mundo linear.

A verdadeira questão, portanto, não é o que as máquinas farão um dia. É o que nós, os seus criadores e mestres temporários, escolhemos fazer hoje. Que valores estamos a embutir, consciente ou inconscientemente, nestes sistemas? Que problemas escolhemos resolver com este poder nascente? Estamos a compor uma sinfonia que eleva a condição humana ou apenas um ruído ensurdecedor que, no fim, nos afogará a todos?

A batida acelera. E nós, queiramos ou não, estamos todos na pista de dança. A única escolha que realmente temos é tentar aprender os passos desta nova música, antes que ela se torne rápida demais para a conseguirmos acompanhar, e o silêncio que se segue à nota final da Singularidade seja tudo o que nos reste.



Fontes:

A inteligência artificial está reconstruindo o mundo. Entrevista com Luciano Floridi – IHU Unisinos

A inteligência artificial está reconstruindo o mundo. Entrevista com Luciano Floridi – RNCD

Exploding Topics: Lista de Grandes Modelos de Linguagem (LLMs)

Singularidade e inteligência artificial: o que esperar do futuro? – PUCPR

Epoch AI: Tendências de Machine Learning

Reddit r/singularity: The Singularity is Nearer Spark Notes

Jaron Lanier: Pioneiro da Realidade Virtual e Crítico da Cultura Digital – T2M Lab

Wikipedia: Vernor Vinge

Reddit r/cosmology: O que é uma Singularidade?

Wikipedia (EN): Cenários Pós-IA

Wikipedia: Raymond Kurzweil

Exame: Ray Kurzweil – IA será mais inteligente que humanos e vamos coexistir

Reddit r/IsaacArthur: Por que a Singularidade pode nunca acontecer

Reddit r/philosophy: O que você pensa sobre a Singularidade Tecnológica?

Veja: Jaron Lanier – É preciso regular as redes

Wikipedia: Singularidade tecnológica

Intel Newsroom: Entendendo a Lei de Moore

Wiser Tecnologia: Singularidade – A Fronteira Final da Inteligência Artificial

IBM Think: Technological Singularity

Quora: Se ocorrer a singularidade tecnológica, todos os empregos vão deixar de existir?

Experience Club: The Singularity is Nearer

Medium: Jaron Lanier, teórico da realidade virtual

IBM Think (BR): Singularidade Tecnológica

Rede Humaniza SUS: Entre a singularidade tecnológica e o fim dos tempos

Reddit r/singularity: The Singularity is Near from Ray Kurzweil impacts

Google Cloud: IA Generativa

Wikipedia (EN): Technological Singularity

Medium: Por que a Singularidade não vai rolar

IHU Unisinos: A inteligência artificial não precisa de inteligência. O pensamento de Luciano Floridi

CBVR: Jaron Lanier, uma visão crítica do futuro da IA

Stanford HAI: AI Index Report 2024

Veja: Os quatro grandes riscos da IA, segundo ‘pai da filosofia da informação’

Aliger: A Singularidade Tecnológica na Inteligência Artificial

The Register: Vernor Vinge Obituary

Ultralytics: Glossário – Singularidade

Superinteressante: Singularidade

Evope: Singularidade tecnológica, o x da questão

Aliger: O que é Singularidade Tecnológica?

Ciência Nerd Unicamp: Inteligência Artificial, com o que precisamos nos preocupar?

Bard College: Jaron Lanier, Fighting the Singularity

Wikipedia (EN): Risco existencial da inteligência artificial

Jump Tec: Singularidade, a tecnologia que promete ultrapassar a capacidade humana

SC Inova: O futuro dos agentes de IA

Exame: A inteligência artificial pode superar a humana? Entenda o que é singularidade tecnológica

Panorama Mercantil: Ray Kurzweil e a busca pela imortalidade

O Futuro das Coisas: Singularidade tecnológica: o diferencial é ser humano

Gustavo Caetano: O que é a Lei de Moore?

Scalabl: A Singularidade está Perto

Superinteressante: O inventor da máquina inteligente

Jornal Digital Recife: Singularidade: IAs se tornarão tão inteligentes a ponto de nos substituir?

CI&T: O advento da singularidade tecnológica na nova era da IA

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History of Information: I. J. Good, “Speculations Concerning the First Ultraintelligent Machine”

Página 23: Jaron Lanier contra as redes sociais

Transfer Orbit: Vernor Vinge, singularity-defining science fiction author, has died

Canaltech: O que é singularidade tecnológica?

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ChatGPT Brasil: Inteligência Artificial em Evolução

Popular Science: Vernor Vinge, sci-fi writer who coined ‘Technological Singularity,’ dies at 79

BioComm AI Blog: I. J. Good (1966) Speculations Concerning the First Ultraintelligent Machine

Futuro dos Negócios: Singularidade Tecnológica e suas consequências

SciELO: Entrevista com Luciano Floridi

Medium: The Intelligence Explosion: From I. J. Good’s 1965 Prophecy to Today’s Self-Improving AI

Roberto Dias Duarte: O Futuro da IA: Avanços, Riscos e a Caminho da Singularidade

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YouTube: The Unsettling Truth About the AI Singularity

Global AI Agenda: Riscos

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EBSCO: Existential Risk from Artificial General Intelligence

NISO: AI Index Report 2024 Reveals Accelerating Activity

EBSCO: Technological Singularity

Stanford HAI: 2024 AI Index Report D.C. Launch

Stanford HAI: The AI Index

Sorbonne University: AI Index 2024 Annual Report by Stanford University

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